top of page
Firefly Geopolitical Risk Management requires a systemic and holistic vision, integrated w

Riscos Políticos exigem visão Sistêmica e Holística, Integrada à Gestão de Riscos Corporativos

Antonio Celso Ribeiro Brasiliano, PhD,
Doutor em Filosofia da Ciência da Segurança Internacional,
pela Universidade de Cambridge, Inglaterra.
Presidente da Brasiliano INTERISK

BRASA 1 2025 copiar_edited_edited.png

Fevereiro| 2025

​​

Os crescentes riscos geopolíticos estão forçando as empresas a repensar a abordagem da inteligência geoestratégica, visualizando já sua integração à gestão de riscos corporativos. Os estudos demonstram que essa integração proporciona uma visão sistêmica e holística para a empresa, além de propiciar uma melhor transversalidade em todos os setores da corporação.  

 

As fontes de instabilidade geopolítica e, consequentemente ameaças às estratégias e objetivos empresariais, são mais diversas e capilarizadas do que eram há cinco anos.

 

Antecipar-se aos crescentes riscos geopolíticos, planejando maior resiliência, com respostas adaptativas, é desafiador, mas a integração da gestão de riscos geopolíticos à gestão de riscos corporativos ajuda a superar as incertezas globais.

 

A gestão de riscos geopolíticos exige do gestor de riscos corporativos uma análise simultânea das variadas fontes de riscos, incluindo segurança internacional, relações entre países, questões políticas, econômicas, tecnológicas, sociais e outras mais que possam influenciar na materialização dos eventos. Estes estudos exigem a aplicação de ferramentas e metodologias avançadas do tipo interconexão entre as múltiplas fontes de riscos e os riscos delas derivados, aplicando o Teorema de Bayes (probabilidades condicionantes) para obter uma visão sistêmica da motricidade e dependência dos componentes do estudo geopolítico.

 

Além da interconectividade, há necessidade de os gestores de riscos aplicarem o novo framework ISO/TS 31050 de riscos emergentes.

Framework da ISO/TS 31050, adaptado pela Brasiliano INTERISK

Framework da ISO/TS 31050, adaptado pela Brasiliano INTERISK

Este framework faz a integração do ciclo estratégico de inteligência com a gestão de riscos, conforme framework ao lado, do Software INTERISK. No contexto do ciclo de inteligência, são construídos cenários prospectivos de eventos geopolíticos.

Framework Integrado da 31050 no Software INTERISK

Framework Integrado da 31050 no Software INTERISK

Estes cenários visam, como o próprio nome já sugere, ao futuro – futuro este construído com base em incertezas e em suas interconexões. Além disso, a saída do ciclo de inteligência são os cenários prospectivos, que deverão ser avaliados em termos de probabilidade e impactos. Mais uma vez são identificadas suas fontes de risco e quais destas fontes são relevantes.

 

Avaliam-se os riscos, tendo como produto a Matriz de Riscos e é executada a interconectividade entre os eventos dos respectivos cenários, para saber quais eventos possuem motricidade, instabilidade – eventos de ligação e dependência e independência. Daí a importância de o Gestor de Riscos Corporativos trabalhar com riscos geopolíticos, pois ele já está acostumado a realizar estudos cruzando as matrizes de riscos com as matrizes de motricidade, de onde resulta a Matriz de Priorização dos Riscos.

Matriz de Riscos versus Matriz de Motricidade, resulta na Matriz de Priorização – Software INTERISK

Matriz de Riscos versus Matriz de Motricidade, resulta na Matriz de Priorização – Software INTERISK

A frequência e a gravidade dos riscos geopolíticos estão aumentando. Esses riscos, que variam de instabilidade política e sanções econômicas a incertezas relacionadas a políticas, regulamentações e riscos físicos, podem impactar significativamente as operações e consequentemente a lucratividade das empresas. Mais uma justificativa para a área de riscos da empresa integrar à gestão de riscos tradicional os riscos geopolíticos. Com suas metodologias abrangentes, voltadas para o futuro, o gerenciamento de riscos corporativos oferece uma estrutura robusta para integrar os riscos geopolíticos.

 

A abordagem do risco geopolítico precisa mudar

 

Tradicionalmente, gerenciar riscos geopolíticos envolve uma postura reativa, que se concentra em ameaças imediatas e sem considerar implicações estratégicas de longo prazo. Hoje, essa metodologia e a atitude reativa, com certeza, são inadequados, uma vez que não entregam respostas adaptadas ao contexto.

 

Na verdade, ao utilizarmos o acrônimo ARARA, que significa:

 

Antecipação – Resistência – Absorção – Resposta – Adaptação, veremos que a norma 31050 de gestão de riscos emergentes direciona as empresas para a resiliência, com respostas adaptativas.

 

Antecipar é prever o que pode vir pela frente, evitando ser pego de surpresa. Temos que monitorar os ambientes de forma contínua, para identificar sintomas. A empresa terá resistência e capacidade de absorção se ela souber quais eventos podem acontecer, tanto os cisnes negros quanto os rinocerontes cinza. A empresa deve estar preparada para não deixar de atender aos quesitos da resiliência operacional, de modo que as áreas críticas continuem funcionando. Com a resiliência estabelecida, a empresa parte para uma resposta com adaptação ao ambiente. Desta forma, a empresa poderá conseguir voltar mais forte, ultrapassando sua própria produtividade. O gráfico abaixo, retirado da ISO/TS 31050, mostra bem a função da gestão de riscos geopolíticos proativa.

ISO/TS 31050

As abordagens tradicionais de gerenciamento de risco geopolítico eram frequentemente isoladas e caracterizadas por esforços para prever eventos políticos (como exemplos citamos a evolução do relacionamento EUA-China ou a dúvida sobre se a Rússia invadiria a Ucrânia) e montagem de lobbies. Esses processos careciam de uma avaliação de riscos abrangente e conectada. Sem a avaliação de riscos corporativos, com processos integrados de todas as taxionomias de riscos da empresa, era limitada a capacidade de respostas, o que fazia com que a empresa agisse sempre como bombeiro, correndo para apagar o fogo. Não era um método assertivo. As empresas não tinham uma metodologia estruturada.

 

O ambiente geopolítico moderno exige uma abordagem mais robusta e focada na resiliência empresarial. Ao integrar o gerenciamento de riscos à própria estratégia da empresa, como recomenda o COSO ERM: 2017, esta integração permite uma estratégia mais adaptável e resiliente diante dos atuais cenários geopolíticos.

A Gestão de Riscos Corporativos é transversal e incorpora muito bem o Risco Geopolítico, em um processo estruturado de Avaliação Profunda, de médio e longo prazo. A Colmeia da Gestão de Riscos facilita a interpretação do Risco Geopolítico.

Benefícios da aplicação da Gestão de Riscos Integrada com o Risco Geopolítico

 

A GRC é uma disciplina estratégica que permite à empresa identificar, avaliar, entender e gerenciar todos os tipos de riscos desde uma perspectiva integrada, relacionada tanto ao contexto interno quanto ao externo. A GRC é particularmente relevante para gerenciar riscos geopolíticos porque permite que a organização visualize ameaças potenciais de forma holística, garantindo que a resposta seja coordenada em toda a organização, em vez de isolada em silos organizacionais.

 

Aplicar a GRC a riscos geopolíticos pode gerar benefícios significativos. Promove abordagem sistemática e unificada para o risco geopolítico, crucial para evitar respostas fragmentadas ou inconsistentes a ameaças. A GRC ajuda a garantir que todas as funções de negócios estejam alinhadas e trabalhando em direção aos mesmos objetivos de gerenciamento de riscos, aumentando a eficiência e a eficácia geral.

 

A GRC aplicada ao risco geopolítico

 

Três estruturas da GRC são fundamentais no Risco Geopolítico:

 

  • Estratégias de resiliência: Com seus riscos identificados e priorizados, as estruturas de GRC orientam sobre como desenvolver estratégias de resiliência proativas. Isso pode envolver a diversificação das cadeias de suprimentos para evitar pontos críticos geopolíticos, a implementação de medidas de conformidade para aderir a novas regulamentações ou o desenvolvimento de planos de contingência para resposta rápida a convulsões políticas. Ao incorporar essas estratégias em seus processos organizacionais, a GRC não apenas ajuda a gerenciar os riscos atuais, mas também prepara sua organização para enfrentar desafios futuros de forma mais eficaz.

  • Planejamento de cenários: Muito útil para antecipar potenciais interrupções geopolíticas, esta técnica implica desenvolver cenários detalhados para ajudar a prever e mitigar os impactos da instabilidade política e preparar-se para diversas possibilidades de futuro.

  • Equipes Multifuncionais: Dedicadas a monitorar e responder a riscos políticos. Isso permite uma resposta mais coordenada e ágil a ameaças emergentes. A equipe multifuncional deve incluir membros de diferentes departamentos que podem trazer perspectivas diversas para a mesa, aprimorando a capacidade da sua empresa de avaliar e responder a riscos políticos.

  • Monitoramento Contínuo Proativo: Análise de tendências políticas globais e seu impacto potencial nas operações comerciais. Usar serviços avançados de análise e inteligência pode lhe trazer insights oportunos sobre desenvolvimentos políticos. O monitoramento proativo ajuda você a ficar à frente de riscos potenciais e ajustar suas estratégias adequadamente.

Framework da GRC, COSO ERM: 2017, que deve integrar a Gestão de Riscos Geopolíticos para aumentar a resiliência empresarial

Framework da GRC, COSO ERM: 2017, que deve integrar a
Gestão de Riscos Geopolíticos para aumentar a resiliência empresarial

Conclusão

 

Temos que deixar de ser reativos diante do risco geopolítico. Isso é essencial para proteger os interesses e sustentar o crescimento do negócio. As abordagens de GRC fornecem métodos testados e comprovados para que se faça a transição rumo a uma postura proativa.

 

Para aumentar a resiliência da sua organização em face de incertezas geopolíticas, faça uso do GRC e operacionalize a integração dos riscos geopolíticos. Isso lhe proporcionará uma visão holística e sistêmica e irá colocá-lo em posição vantajosa para enfrentar os desafios que estão pela frente.

voltar

bottom of page