
A Prospectiva como Ferramenta Estratégica para Antecipar Riscos Emergentes e Diminuir as Incertezas do Mercado
Antonio Celso Ribeiro Brasiliano, PhD,
Doctor of Philosophy in International Security Sciences, pela Cambridge International University, Inglaterra, Reino Unido.
Presidente da Brasiliano INTERISK.
Junho | 2025
O ambiente de risco atual é caracterizado por ameaças e oportunidades dinâmicas e em constante evolução. Eventos recentes e atuais destacam a rapidez com que as coisas podem mudar e como os fatores que afetam a capacidade das organizações de operar, negociar e crescer nunca permanecem estáticos.
Nesse contexto, as organizações estão cada vez mais conscientes da necessidade de desenvolver resiliência, de estarem preparadas para antecipar e enfrentar ameaças incertas e em evolução, utilizando recursos de prospecção.
A prospectiva foi destacada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Cúpula do Futuro das Nações Unidas como uma disciplina vital para as organizações complementarem a gestão de riscos tradicional e navegarem pelos desafios futuros.
Além dos "fatos conhecidos", as ameaças atuais e de curto prazo com as quais os gerentes de risco lidam diariamente, e dos "fatos desconhecidos conhecidos", os riscos estratégicos aceitos voluntariamente pelas empresas para gerar retornos, as organizações estão enfrentando uma série de "fatos desconhecidos desconhecidos".
Essas "desconhecidas incógnitas" são choques incontroláveis, repentinos e inesperados. São as surpresas que podem ocorrer daqui a dez anos e que, até o momento, podem ter sido ignoradas, não reconhecidas ou insuficientemente analisadas.
Segundo pesquisas da FERMA, Associação dos Gestores de Riscos da Europa, existe um forte viés de curto prazo, em função do pensamento dos Gestores de Risco, das suas empresas, dos governos e reguladores, cujas atividades afetam as operações comerciais, tendo como consequência a negligência na identificação e monitoramento das tendências de riscos emergentes. Isso, por sua vez, dificulta as estratégias de gestão de riscos de longo prazo e significa que a abordagem às tendências de riscos emergentes é, com muita frequência, reativa, em vez de proativa.
A FERMA quer equipar os Gestores de Risco e as suas empresas para enfrentar os riscos frequentemente referidos como eventos "Cisne Negro" (eventos imprevistos ou inesperados, mas com efeitos dramáticos e potencialmente abrangentes) ou "Rinocerontes Cinzentos" (eventos de alto impacto e altamente prováveis, mas que são frequentemente ignorados ou negligenciados até que seja tarde demais).
A FERMA quer fomentar uma cultura de pensamento e preparação de ações de longo prazo. Diga-se que não só para o mercado europeu, mas também para o latino-americano como um todo, isso seria uma quebra de paradigma.
Para isso, a FERMA sugere que se combata de forma ativa o viés de curto prazo, com as seguintes ações:
1. Incorporando a previsão estratégica:
As organizações devem considerar a integração de práticas de previsão, como planejamento de cenários, análise de tendências e análise de horizontes, em seus processos de tomada de decisão para antecipar e se preparar para riscos futuros. Isso deve ser feito em uma estrutura de governança que separe os processos de riscos de longo prazo da gestão de riscos operacionais de curto prazo.
2. Cultivando uma cultura de pensamento de longo prazo:
É de grande benefício que a liderança organizacional defenda uma mentalidade voltada para o futuro, enfatizando o valor da gestão proativa de riscos em detrimento da resposta reativa à crise.
3. Redefinindo métricas:
Indo além das métricas financeiras de curto prazo para incluir resiliência e adaptabilidade de longo prazo como indicadores-chave de desempenho.
4. Aproveitando a tecnologia:
Análises orientadas por IA e modelagem preditiva podem melhorar a detecção de riscos e fornecer insights objetivos que mitigam vieses humanos.
5. Realizar revisões críticas regulares:
Realizar as revisões com os pares dos parâmetros usados para estabelecer metas estratégicas, de modo a evitar vieses
6. Empregar o pensamento holístico:
Desenvolver maior consciência de como os riscos podem ser interligados, interconectados e interdependentes.
A Gestão de Riscos deveria praticar a metodologia de Impactos Cruzados para identificar a interconexão entre riscos, identificando os que exercem maior influência e os que causam maior volatilidade no contexto estudado. Ressalto que esta fase do framework já existe desde o CSO ERM de 2004, antes da ISO 31000. Só que a maioria das empresas ainda não adotou essa prática e perde assim uma chance de olhar para a frente, entendendo de fato os possíveis cenários.
O futuro não é um conceito abstrato, mas uma ferramenta que pode e deve ser usada para tomar decisões hoje. Segundo a FERMA, a maioria dos gestores de risco reconhece as limitações da visão de curto prazo e o foco operacional restrito em riscos conhecidos, mas carece de ferramentas ou suporte para dedicar tempo e atenção organizacional ao cenário de riscos emergente.
Este artigo propõe que, ao adotar metodologias de previsão estratégica e fomentar uma cultura de pensamento de longo prazo, a área de gestão de riscos possa ajudar as empresas a serem mais resilientes e a navegarem melhor em um mundo cada vez mais volátil.
Ressaltamos que a nossa Ferramenta INTERISK contém um Módulo exclusivo de Cenários Prospectivos. Já o Módulo GRC, nas disciplinas de Riscos Estratégicos e Riscos Emergentes, abrange a metodologia de Impactos Cruzados, com a Matriz de Motricidade, única hoje no mercado para a seleção dos riscos relevantes e motrizes das empresas.

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Matriz de Impacto Cruzado de Incertezas/Sinais Fracos – Avalia a Motricidade das Incertezas

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PMA – Processo para Verificar a Influência dos Atores
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Modelagem de Cenários Emergentes

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Monitoramento de Cenários Emergentes
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Imagem do Framework – Ciclo de Inteligência
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