
Foto: Alan Santos /PR
Impactos das decisões de Trump nas empresas Brasileiras: preparando-se
para Cenários adversos
Marcos Alves Junior, CIEIE, CIGR, CPSI
Redator, Editor de texto, Criador de vídeos. Cursou Gestão Empresarial na Anhanguera. Formado pela Uninove – Universidade Nove de Julho em Comunicação Social – Jornalismo.
Assistente de Comunicação e Marketing na Brasiliano INTERISK.
Março | 2025
Mesmo que o ano de 2024 tenha sido marcado por guerras, eleições e desastres climáticos, isso não significa que o cenário vá melhorar, pois o ano já começou bastante agitado, especialmente no contexto geopolítico mundial.
Principalmente por uma série de decisões que o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem tomando desde que assumiu o cargo em 20 de janeiro, podemos dizer que grande parte dessas medidas impactou significativamente o cenário geopolítico e geoeconômico mundial.
A grande realidade é que algumas dessas decisões foram radicais, pegando muitos países de surpresa, o que gerou preocupações e deixou grande parte do mercado em alerta.
O grande ressentimento de alguns países e do mercado deve-se à imposição de taxas e tarifas pesadas sobre diversas nações, inclusive aquelas aliadas de longa data dos EUA.
Uma grande dúvida surge do fato de que Trump é um negociador da OTAN, devido à sua experiência no mercado imobiliário, onde aprendeu a lidar com grandes acordos e financiamentos. Ele utiliza estratégias ousadas, como iniciar negociações com propostas extremas para criar margem de concessão.
Em seu livro A Arte da Negociação (The Art of the Deal), publicado pela primeira vez em 1987, Donald Trump explica sua abordagem em uma negociação e diz algo como:
"Eu olho muito alto e continuo insistindo, insistindo e insistindo para conseguir o que quero."
Isso pode indicar que essa é uma estratégia inicial para alcançar seus objetivos. Ainda assim, o mercado permanece em alerta, pois surge uma dúvida: ele irá parar por aí ou continuará direcionado a outros países, especialmente àqueles que dependem fortemente do mercado americano?
Podemos dizer que, na maioria das vezes, atitudes radicais podem gerar respostas igualmente radicais, especialmente quando se trata de países que desafiam a predominância dos EUA. Ou seja, Trump está arriscando alto caso esteja utilizando a estratégia que cita em seu livro, pois isso pode provocar reações dos principais rivais em contextos econômico, político e militar.
Essas respostas podem ter diversas consequências, que afetarão a todos, principalmente os países emergentes, pelo fato que o dólar é a principal moeda de reserva em transações internacionais, sendo amplamente utilizado no comércio global e no sistema financeiro.
Dito isso, vamos fazer uma linha do tempo com as principais medidas tomadas pelo atual presidente desde sua posse, em 20 de janeiro, até a data desta matéria:
• 20 de janeiro: Trump toma posse como presidente dos EUA e promete elevar as tarifas de importação para países estrangeiros.
• 26 de janeiro: Trump ameaça impor tarifas monetárias à Colômbia; após retaliação inicial, os dois países chegam a um acordo.
• 1º de fevereiro: Trump assina ordem impondo tarifas de 10% à China e 25% ao Canadá e México, gerando lucros comerciais.
• 3 de fevereiro: Trump suspende tarifas ao Canadá e México por 30 dias, após negociações.
• 4 de fevereiro: Tarifas de 10% sobre a China entram em vigor; Pequim responde com medidas retaliatórias.
• 10 de fevereiro: Trump anuncia aumento das tarifas sobre aço (25%) e alumínio (de 10% para 25%), com vigência para março.
• 13 de fevereiro: Trump propõe tarifas “recíprocas” para igualar taxas estrangeiras, mirando também Europa e Índia.
• 25 de fevereiro: Trump ordena estudo sobre tarifas no cobre sob o pretexto de “segurança nacional”.
• 1º de março: Ordem executiva para avaliar tarifas sobre madeira serrada.
• 4 de março: Tarifas de 25% sobre Canadá e México entram em vigor; a China responde com novas tarifas sobre produtos agrícolas dos EUA.
• 5 de março: Trump concede isenção de tarifas às montadoras dos EUA.
• 6 de março: Adiamento das tarifas sobre México e Canadá por um mês, elogiando o progresso na segurança da fronteira.
• 9 de março: Em entrevista, Trump não descartou a recessão como efeito temporário de sua política tarifária.
Podemos perceber que foram muitas medidas tomadas em menos de 50 dias de governo. A grande preocupação é qual será o seu próximo passo e o quanto isso pode influenciar no dia a dia das empresas aqui no Brasil.
Como as empresas do Brasil precisam se preparar para possíveis cenários adversos que possam surgir durante uma guerra comercial, crise global e/ou recessão mundial, realizamos uma análise detalhada de como os eventos futuros podem se desenrolar. Para isso, é essencial identificar os fatores-chave e mais prováveis que podem influenciar os desdobramentos dessa situação. A partir desses fatores, é possível modificar as configurações possíveis, as quais devem ser comparadas, analisadas e entendidas em termos de seus impactos diretos e indiretos para o ambiente corporativo.
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