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Âncora 1

GESTÃO

O que traz a sensação de segurança em condomínios

Carlos Köhler
Graduado em Segurança Pública, pós-graduado em Segurança Privada, CEO do Grupo CINDAPA, CPSI, CISI, MBS e CRA.

26/08/2021

Com frequência ouvimos a pergunta de síndicos, comitês de segurança e condôminos, sobre o que traz a sensação de segurança, se são os alarmes, câmeras, reconhecimento facial, vigilantes armados, ou fortes controles, entre tantos outros.

A segurança e sensação de segurança têm sido tema de estudos, tanto de profissionais de segurança privada quanto pública, e cabe nossa consideração sobre o assunto.

Este artigo se limita a uma breve reflexão sobre o que traz a sensação de segurança privada e não os condicionantes da segurança pública e privada. Assim sendo, discorreremos sobre a diferença entre estes termos no viés da segurança dos moradores em condomínios.

A resposta a esta pergunta merece muita consideração, pois o bem-estar e a vida das pessoas estão sendo afetadas. Mesmo que uma pessoa nunca tenha sido vítima, por exemplo, de roubo, poderá ter receio de que isso venha a ocorrer com ela um dia, causando medo e ansiedade, afetando a felicidade, a saúde, enfim, a vida das pessoas.

Segundo o dicionário Aurélio, sensação é uma “impressão causada num órgão receptor por um estímulo e que, por via aferente, é levada ao sistema nervoso central”. Então, a sensação é causada por um estímulo sensorial, que pode ter diferentes reações para cada pessoa, pois há quase 8 bilhões de pessoas no mundo e cada uma diferente da outra, passando por experiências únicas.

Vejamos o exemplo de uma pessoa que reside em condomínio privado e seria vítima de roubo e que, pela ação de um vigilante que dissuadiu a ação criminosa, os vigilantes são aqueles que proporcionam essa sensação de segurança. Agora vejamos um outro exemplo em que uma pessoa que seria roubada e o criminoso foi dissuadido por ter sido visualizado pelas câmeras de videomonitoramento na tentativa de subir o muro para invadir a residência e cometer o roubo. Para esta pessoa é bem mais provável que a sensação de segurança seja proporcionada pelas câmeras de videomonitoramento.

Ambas tiveram estímulos diferentes, proporcionando experiências diferentes e, por consequência, respostas diferentes. São apenas exemplos que servem como uma metáfora para compreendermos como o indivíduo percebe a segurança a seu redor, é lógico que a ciência tem muito mais para explicar cada estímulo, mas, para entender esse contexto, é o suficiente.

E se nenhuma delas tiver passado por qualquer tipo de experiência, que estímulos lhe dariam a sensação de segurança? Podem ser inúmeros, principalmente a pré-disposição genética, o meio e as escolhas, entre outros; assim sendo, as sensações de segurança são diferentes para cada pessoa ou grupo de pessoas pelos estímulos a que esteve exposta. Há pessoas que foram afetadas pelas experiências e traumas que outras tiveram, umas se sensibilizam mais que outras. Assim, pela diversidade de pessoas e situações, nossos estímulos são mais ou menos afetados por determinada situação.

O que dá a sensação de segurança para um pode não proporcionar a mesma sensação para outro e vice-versa, assim como o que resolveu algum problema de segurança numa determinada situação não necessariamente resolverá o mesmo problema em outras situações. Da mesma forma, o que deu certo para um contexto não necessariamente vai dar certo para outro.

Outra analogia que podemos fazer é em relação a uma pessoa que se sente muito bem, muito disposta e ativa, crendo que sua saúde está excelente. Essa sensação de saúde não quer dizer que ela não esteja na iminência de um infarto causado por colesterol altíssimo. Assim sendo, a “sensação de saúde” pode nos enganar, é preciso conhecimento que só um especialista, como um médico, tem para poder diagnosticar e tratar.

Assim também acontece na área da segurança. Essa “sensação” pode não condizer com a realidade quando falta conhecimento, podendo levar a decisões erradas que comprometem a sua vida e a dos outros.

Por outro lado, a “sensação de segurança” de um profissional de segurança será baseada no conhecimento e experiências adquiridos ao longo dos anos, diferente de uma pessoa leiga com pouca ou nenhuma experiência que não dispõe das condições adequadas para oportunizar segurança.

Segurança é diferente de “sensação de segurança”, enquanto segurança é a condição para que não haja perigo para pessoas ou bens, a “sensação de segurança” depende de cada pessoa e está associada aos estímulos que ela recebeu no decorrer de sua vida, ou seja, a “sensação de segurança” está relacionada à subjetividade do indivíduo, enquanto a segurança é científica.

REFERÊNCIAS

Ferreira, A. B. (2010). DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA (5° ed.). Curitiba, PR: Editora Positivo.

Köhler, C. A. (2017). GESTÃO DA SEGURANÇA PATRIMONIAL: aplicação do método PDCA. São Paulo, SP, Brasil: Sicurezza.

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