Como a TECNOLOGIA DE NUVEM permite bairros e cidades
Camila Rissi
Sales Growth e Sócia da Monuv com mais de 8 anos de experiência em consultoria
de vendas e CRM. Desenvolveu e implementou o Programa de Parcerias da empresa.
Você alguma vez já sentiu que estava sendo observado?
Andando pela rua, vem aquela sensação de que alguém em algum lugar está de olho em você?
É bem provável que você esteja certo.
Se as câmeras de segurança eram até pouco tempo dedicadas ao monitoramento interno, hoje há um número crescente de cidades no Brasil investindo em programas de monitoramento urbano. O objetivo principal é aumentar a sensação de segurança através da prevenção, além utilizar as imagens em vídeo como evidência na condução de investigações.
A limitação orçamentária das cidades é um grande empecilho para a ampla aplicação da tecnologia de monitoramento por câmeras. Parcerias com empresas do setor têm permitido a criação de projeto de cidades monitoradas sem que as prefeituras tenham que arcar com os altos custos de câmeras e servidores para armazenar grandes volumes de imagens e vídeos.
Um exemplo disso é o Projeto City Câmeras lançado neste ano pela prefeitura de São Paulo. Nele qualquer cidadão pode conectar suas câmeras de segurança – câmeras residenciais, de condomínios ou corporativas – gratuitamente à plataforma da cidade. A polícia civil, polícia militar e guarda civil metropolitana têm acesso remoto às imagens permitindo acelerar todo o processo de investigação de ocorrências. Ao primeiro olhar pode parecer simples, mas este projeto exige uma infraestrutura pesada de tecnologia, que só foi viabilizada graças a parcerias com empresas especializadas.
“A parceria sem dúvida foi um grande benefício para a cidade de São Paulo. Demoramos 3 anos de estudo e desenvolvimento para alcançar uma infraestrutura robusta e otimizada de monitoramento em nuvem. Acreditamos neste projeto e integramos nossa plataforma ao City Câmeras para que qualquer pessoa possa contribuir com o monitoramento da cidade usando nosso sistema” comenta Camila Rissi, sócia da Monuv Gravação em Nuvem, uma das empresas parceiras do projeto.
O compartilhamento da câmera com o City Câmeras não possui custo para o cidadão. Contudo exige que a câmera esteja conectada em um serviço de armazenamento em nuvem. “O primeiro passo para alguém que possui uma câmera e deseja contribuir com o projeto é realizar a contratação de um serviço de gravação em nuvem. A gravação em nuvem irá capturar, armazenar o vídeo em servidores seguros e retransmitir as imagens da câmera usando a internet. Além de colaborar para a segurança da cidade, esse cidadão terá acesso ao monitoramento ao vivo e às gravações de sua câmera através dos aplicativos da Monuv”, explica Camila.
O surgimento de um novo tipo de monitoramento também tem contribuído para o crescimento do projeto- “Temos recebido contatos de inúmeras associações de bairro interessadas em criar bairros monitorados em que as imagens não são apenas enviadas para o City Câmeras, mas também são acessadas pelos moradores” diz Camila. Esse modelo de vigilância compartilhada é muito popular nos Estados Unidos onde é chamado de neighborhood watch.
“Quanto mais pessoas possuem acesso às imagens, maior a vigilância da região. Na Monuv, por exemplo, todos os moradores têm acesso às câmeras através de aplicativos. A ideia é que a população participe ativamente na gestão da segurança do seu bairro”, completa Camila.
É claro que um projeto de monitoramento envolve profissionais da área de segurança para que seja feito um projeto definindo localização das câmeras, especificações técnicas e instalação física dos equipamentos. Normalmente esses profissionais são responsáveis por integrar todas as soluções, inclusive a gravação em nuvem.
“Qualquer profissional de segurança pode usar nossa solução de gravação em nuvem e implantar um projeto de vigilância compartilhada em um bairro. Não é necessário qualquer investimento inicial e entregamos uma plataforma customizada com logo da empresa de segurança.” diz Camila. A Monuv possui mais de 100 empresas de segurança utilizando sua plataforma em todo Brasil. “Nosso modelo de negócios é voltado para as empresas de segurança, mas buscamos manter relacionamento com os clientes finais apoiando desde o dimensionamento do projeto até o acompanhamento da qualidade do atendimento da empresa parceira” aponta Camila.
Fatores de sucesso da vigilância comunitária
1º Engajamento das pessoas
Seja um projeto em um bairro ou em uma empresa o primeiro passo é engajar as pessoas com a causa. Engajar é promover a sustentabilidade dos resultados buscando comprometimento. Envolver desde o início aqueles que serão gestores ou usuários do projeto de monitoramento é essencial para identificar as diferentes motivações e necessidades de cada grupo.
2º Planejamento profissional
Efetuar um projeto prévio pode parecer uma burocracia, mas é essencial. É na etapa de planejamento que são definidos os pontos de captação de imagens, a infraestrutura necessária e a garantia de que tudo será feito considerando o objetivo final do projeto. Detalhes como dimensionar a banda de upload disponível podem significar o sucesso do projeto. Um bom profissional de segurança eletrônica conseguirá prestar uma consultoria e planejar desde questões de cabeamento até qual a resolução e taxa de quadros indicada para cada câmera.
A forma mais acessível de realizar o backup das imagens das câmeras de segurança é através de plataformas do mercado de gravação em nuvem.
3º Backup seguro na nuvem
Por mais completa que seja a infraestrutura, sem que haja um backup remoto das imagens o circuito de câmeras estará em risco. A forma mais acessível de realizar o backup das imagens das câmeras de segurança é através de plataformas do mercado de gravação em nuvem. Desta forma não são necessários grandes investimentos em infraestrutura de servidores ou preocupações com armazenamento de dados.
A gravação ou backup em nuvem irá adicionar uma camada de segurança ao CFTV pois mantém o vídeo intacto mesmo que a câmera, DVR ou HD sejam destruídos ou roubados. Devido sua característica de comunicação constante, é possível também identificar o momento exato de qualquer falha. “Quando o servidor em nuvem deixa de receber imagens o usuário é imediatamente notificado evitando surpresas desagradáveis ao buscar um evento no histórico de gravações” indica Camila da Monuv.
Do ponto de vista de economia de banda de internet, a solução em nuvem também é interessante pois evita que o acesso remoto às imagens de CFTV consuma banda de internet de outras aplicações. Isso acontece devido ao fato do acesso para visualização ser feito no servidor em nuvem e não diretamente na rede do local onde estão as câmeras.
4º Manutenção preventiva
A manutenção preventiva é extremamente importante em qualquer sistema, mas em sistemas de segurança é especialmente necessária. Com ela pode-se evitar falhas que normalmente só são percebidas quando uma ocorrência acontece – normalmente quando mais se precisa de um sistema de segurança. A manutenção preventiva irá permitir o melhor controle das atividades causando o mínimo de impacto nos usuários de qualquer tipo de sistema. Realizando um programa de manutenção preventiva bem definido, consegue-se prever o consumo de materiais, permitindo maior controle sobre os custos de manutenção da operação. Desta forma, o custo da manutenção preventiva será sempre muito menor quando comparado às intervenções corretivas.
Fica cada vez mais claro que a cultura da segurança deixa de ser uma preocupação exclusiva de profissionais da área ou de grandes organizações e começa a fazer parte da vida de pessoas comuns. Novas tecnologias como as aplicações em nuvem proporcionam maior segurança e interatividade, facilitando vidas e transformando a relação entre as pessoas.