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Âncora 1

ANÁLISE

Inteligência em Riscos:  Interconectividade versus Motricidade em Riscos

Prof. Dr. Antonio Celso Ribeiro Brasiliano,
CEGRC, CIEAC, CIEIE, CPSI, CIGR, CRMA, CES, DEA, DSE, MBS
Doutor em Ciência e Engenharia da Informação e Inteligência Estratégica pela
Université Paris – Est (Marne La Vallée, Paris, França); presidente da Brasiliano INTERISK.

19/01/2021

Um dos maiores problemas identificados na área de Gestão de Riscos Corporativos é a não identificação do Risco Sistêmico. Você sabe o que é?

Pois bem, O risco sistêmico é o risco responsável por “colapsar um sistema inteiro, oposto de colapso de partes e componentes individuais”. Os riscos sistêmicos são caracterizados por:

• pontos de ruptura modestos, combinando indiretamente para produzir grandes falhas;

• contágio ou compartilhamento de risco, como uma perda que desencadeia uma reação de outras;

• sistemas sendo incapazes de recuperar o equilíbrio depois de um choque.

Isto quer dizer que são riscos que na grande maioria, não possuem criticidade alta (resultado da probabilidade x impacto – posição na Matriz de Criticidade), mas possuem grande influência sobre os outros riscos considerados críticos.

Na realidade o gestor não enxerga o risco sistêmico porque só elabora a Matriz de Criticidade dos Riscos e com somente esta Matriz fica com uma visão míope no tratamento e na priorização.

Na área de gestão de riscos não é comum a prática de utilizar ferramentas para que os gestores possam enxergar de maneira prática e fácil os riscos sistêmicos. Por esta razão falta a visão de antecipação.

No ano de 2020 ficou evidenciado a falta de percepção dos governantes e das áreas de inteligência, a antecipação da pandemia do COVID-19. A maior evidência é o Relatório de Riscos Globais, publicado pelo Fórum Mundial, na sua 15ª edição, onde na sua prospectiva conseguiram identificar a possibilidade de materialização de Doenças Infecciosas. Vejam as tabelas abaixo:

Matriz de Criticidade dos riscos globais. Fonte: 15º Relatório de Riscos Globais do Fórum Mundial 2020

Figura 1: Matriz de Criticidade dos riscos globais.
Fonte: 15º Relatório de Riscos Globais do Fórum Mundial 2020

Criticidade dos riscos globais.  ​Fonte: 15º Relatório de Riscos Globais do Fórum Mundial 2020

Figura 2: Criticidade dos riscos globais.
Fonte: 15º Relatório de Riscos Globais do Fórum Mundial 2020

Vejam que em termos de criticidade de riscos, probabilidade versus impacto, o fórum mundial conseguiu acertar no alvo em termos de pandemia e de aumento exponencial de ataques cibernéticos.

Agora vendo o gráfico abaixo, identificamos claramente, pelo tamanho das setas a motricidade dos riscos, onde a pandemia é muito forte, pois gera impactos de todas as naturezas. O que isto significa? Que se não for tratada prioritariamente, continuará causando impactos cada vez maiores.

Interconectividade entre os riscos globais. Fonte: 15º Relatório de Riscos Globais do Fórum Mundial 2020

Figura 3: Interconectividade entre os riscos globais.
Fonte: 15º Relatório de Riscos Globais do Fórum Mundial 2020

O fórum mundial utiliza um método subjetivo para elaborar a interconectividade, baseada nas opiniões de especialistas. Tipo método de Delphi.

Nós da Brasiliano INTERISK utilizamos no nosso sistema a aplicação do Teorema de Bayes, probabilidades condicionantes. Pegamos esta técnica, desenvolvida pelo cenarista francês Michael Godet, onde utiliza a Matriz de Impactos Cruzados como base para elaborar a Matriz de Interconectividade e daí ter a característica do risco. Se ele é Motriz, Ligação, Dependente ou Independente.

A Brasiliano INTERISK ainda inovou, cruzando as Matrizes de Criticidade (probabilidade x impacto) e a de Interconectividade, gerando automaticamente no nosso sistema INTERISK uma Matriz de Priorização.

O INTERISK é o único software de gestão de riscos que possui esta técnica. Portanto de modo prático e automático o gestor passa a enxergar quais são suas reais prioridades.

Abaixo vou escrever um caso prático para que o leitor tenha uma clara noção da aplicação da Interconectividade.

Olhando a Matriz de Criticidade abaixo, vemos o Risco 91 plotado no quadrante amarelo, portanto é um risco que está em uma área de monitoramento, não exigindo plano de ação. Correto? Não! Vejamos.  

Matriz de Criticidade – Probabilidade x Impacto. Fonte: Software INTERISK – Estudo de Caso.

Figura 4: Matriz de Criticidade – Probabilidade x Impacto.
Fonte: Software INTERISK – Estudo de Caso.

Este risco pode ser motriz, ou seja, tem características de influenciar outros riscos a se materializarem. Como podemos saber disso?

Temos que aplicar a técnica dos Impactos Cruzados, com base no Teorema de Bayes – Probabilidades Condicionantes, para identificar os motrizes e os dependentes. Os Impactos Cruzados identificam os riscos que possuem forte conectividade com os outros, podendo ser motrizes ou dependentes.

Quem pede para utilizar esta técnica junto com a Matriz de Criticidade? O fórum mundial, em Davos, que publica o Global Risk Report, sugere a aplicação das duas matrizes pela área de riscos, visando obter a visão do risco sistêmico. O antigo COSO ERM de 2004, já descrevia a necessidade de realizar a interdependência entre riscos e fatores de riscos. Portanto diante da dinamicidade do Mundo VUCA – Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo, e agora também o mundo BANI (ver artigo nesta edição), o gestor de riscos das empresas podem utilizar esta técnica para obter a visão de antecipação.

Começamos em montar a Matriz de Impactos Cruzados - MIC ente riscos, conforme modelo abaixo.

Matriz de Impactos Cruzados. Fonte: Software INTERISK – Estudo de Caso

Figura 5: Matriz de Impactos Cruzados.
Fonte: Software INTERISK – Estudo de Caso

A MIC, construída através de eixos na horizontal e vertical, com os riscos que serão estudados. A entrada das informações sempre é pelo eixo vertical e perguntamos qual o nível de influência (métrica 0, 1, 2 e 3) em os outros riscos se materializarem ou não materializarem. Ou seja, queremos saber o nível de influência que cada risco possui, tanto faz para os outros riscos materializarem ou não materializarem.

Queremos identificar a Motricidade do Risco. E fazemos isso com todos os riscos ente eles.

O resultado na vertical é a Motricidade e na Horizontal é a dependência.  

Para montar a Matriz de Motricidade dos Riscos, que possui quatro quadrantes, utilizamos no eixo da Motricidade o mais alto e o mais baixo, divide por dois temos o eixo central da Motricidade. No eixo da Dependência aplicamos a mesma técnica.

Pontos Médios dos eixos de Motricidade e Dependência. Fonte: Software INTERISK – Estudo de Caso

Figura 6: Pontos Médios dos eixos de Motricidade e Dependência.
Fonte: Software INTERISK – Estudo de Caso

Com isso Montamos a Matriz de Motricidade com quatro quadrantes, conforme figura abaixo.

Matriz de Motricidade com 4 quadrantes.  ​Fonte: Software INTERISK – Estudo de Caso

Figura 7: Matriz de Motricidade com 4 quadrantes.
Fonte: Software INTERISK – Estudo de Caso

A interpretação dos Quadrantes são:

I – Ligação – Significa que os riscos são dependentes e motrizes ao mesmo tempo, influenciam e são influenciados entre si. O contexto destes riscos é de instabilidade, mas influenciam o quadrante III, onde estão os riscos dependentes;

II – Motriz – Significa que os riscos são motrizes, ou seja, aqueles que influenciam nos riscos localizados no quadrante I e III. Estes são os riscos sistêmicos. Podem até não serem críticos, mas são estratégicos;

III – Dependentes – Significa que estes riscos para serem materializados ou não, dependem dos riscos plotados nos quadrantes I e II. Não adianta tratar estes riscos como prioridade, mesmo que sejam críticos. Pois a fonte geradora destes riscos se não for tratada continuará influenciando-os. Portanto os riscos nos quadrantes I e II são prioritários;

IV – Independentes – Significa que estes riscos não possuem conectividade com nenhum risco. Posso denominá-los de “zangados”, pois não querem comunicação com nenhum risco. Não quer dizer que não são críticos, mas o tratamento, se for um risco críticos, será estanque.  

Vendo a Matriz de Motricidade (Figura 7), vemos que o Risco 91, que possui uma criticidade média, quadrante amarelo, mas está plotado no quadrante II, então é um risco com alta motricidade. Este risco, embora sem criticidade, é um influenciador entre os riscos. Vejam que interessante, pois se só praticamos a Matriz de Criticidade, teríamos outra visão, outra decisão tomada, em quais riscos investir e com quais recursos.  

O Software INTERISK, único do mercado que possui a Matriz de Priorização, fruto do cruzamento das Matrizes de Criticidade x Motricidade, fornece aos gestores, de forma automatizada, a priorização para tratamento dos riscos. Esta Matriz leva em consideração tanto a motricidade como a criticidade.

O fruto é a Matriz de priorização, 4 x 4. No eixo horizontal inserimos os quadrantes da Matriz de Motricidade e no eixo vertical os quadrantes da Matriz de Criticidade.  

Matriz de Priorização.  ​Fonte: Software INTERISK – Estudo de Caso

Figura 8: Matriz de Priorização.
Fonte: Software INTERISK – Estudo de Caso

A “pintura” da Matriz de priorização deve seguir uma lógica integrando a motricidade e criticidade. Todos os riscos motrizes são prioritários independente de sua criticidade. Já os de ligação, devemos focar nos críticos do quadrante laranja e vermelho. Os riscos dependentes e os de ligação de criticidade média, possuem uma priorização secundária. Todos os riscos dependentes com criticidade muito alta e alta, quadrante vermelho e laranja da criticidade, possuem uma priorização secundária. Os riscos independentes com criticidade muito alta (quadrante vermelho) possuem uma priorização secundária. Priorização terciária serão os independentes com criticidade laranja, os dependentes com criticidade amarela e os de ligação com criticidade verde. Os riscos que se encontram nos quadrantes verdes da priorização é puro monitoramento.

A Matriz de Priorização é estratégica, fornece aos gestores uma outra visão, sabendo onde alocar melhor os recursos. A matriz de Priorização ressalta os riscos sistêmicos, como o Risco 91, que está no quadrante vermelho para ser tratado. Outra vantagem é que otimiza recursos, pois neste caso o gestor de riscos só terá que elaborar planos de ações para quatro riscos. Se o gestor de riscos fosse tratar um risco que esteja no quadrante laranja antes do vermelho, irá “enxugar gelo”, pois não conseguirá anular a causa raiz. A fonte geradora.

Por esta razão a importância do emprego da técnica da Interconectividade, fato que no Brasil é muito pouco utilizada.   

O Software INTERISK, com a ferramenta da Motricidade x Criticidade fornece Inteligência em Riscos, o que agrega valor para os negócios da empresa, favorecendo sua competitividade. Com a Inteligência em Riscos os gestores, juntos com a alta gestão, terão a visão da antecipação, o que por si só diferencia em termos de ser resiliente e se for o caso antifrágil.

Para saber  mais sobre o Software INTERISK, acesse aqui!

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