top of page
Âncora 1

PONTO DE VISTA

Risco Brasil, uma questão de Técnica Prospectiva e não de Negacionismo            

Antonio Celso Ribeiro Brasiliano, CEGRC, CIEAC, CIEIE, CPSI, CIGR, CRMA, CES, DEA, DSE, MBS

23/03/2021

O Brasil vive o “Caos Prolongado”. As ações para controlar o vírus parecem inúteis, mas o governo federal piora a situação ainda mais com atitudes negacionistas. O nosso PIB passou por uma recessão no primeiro semestre de 2020, que foi interrompida no segundo, mas sem voltar ao valor que tinha no final de 2019. Além disso, a média de 2020 ficou bem abaixo da média do PIB de 2019, gerando uma queda de 4,1%. O PIB brasileiro não sai do buraco desde 2015.

Durante o ano de 2020, critiquei todos os meses nesta seção, Ponto de Vista, a visão negacionista do governo federal. Hoje, estamos em 15 de março de 2021 e temos uma média móvel que já rompeu a barreira dos 2 mil óbitos por dia. Ou seja, ultrapassou todas as expectativas.

 

Em primeiro de julho de 2020, na edição 144, da nossa revista Gestão de Riscos, ainda no olho do furacão da pandemia, escrevi que o Brasil viveria o denominado “Caos Prolongado”. Na opinião da Brasiliano INTERISK, o Brasil possuia não mais cenários prospectivos, mas sim já estava direcionado para o Cenário Pandêmico que chamamos de “Caos Prolongado”. Vendo o gráfico, fig.1, podemos deduzir que teremos um tempo muito mais sofrido para tentar levantar nossa economia. A subida para atingirmos o Platô, é morosa, como a descida, em função das medidas não serem eficazes. Neste caso, as ações para controlar o vírus parecem inúteis. Governo e sociedade brasileira são forçados a romper com isolamento e outras medidas de prevenção e mitigação, o que faz o famoso vai e volta dos estados e municípios. A economia é limitada apenas às necessidades e a inflação dispara.

Figura1ponto.jpg

Figura 1: Cenário de Caos Prolongado no Brasil – Medidas ineficazes e falta de coordenação conjunta e de objetivos claros a serem atingidos.  

O relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o PIB do quarto trimestre e do ano de 2020 é mais um amontoado de más notícias e outro retrato da tragédia por qual passa o PIB brasileiro. Este caiu 4,2% em 2020, principalmente pelo impacto da pandemia – Covid-19.

 

Logo que a pandemia surgiu, tivemos previsões bem mais pessimistas, como queda de 9%. A política econômica moveu-se em sentido contrário, com o auxílio emergencial e o crédito, mas uma queda de 4,1%, mesmo supondo que poderia ter sido pior, é ainda muito alta.

 

O relatório do IBGE aponta que foi a maior taxa desde que a série dados foi iniciada em 1996! O PIB per capita ou por habitante, caiu ainda mais 4,8%, pois a população aumentou.

 

Tivemos em 2020 subidas e descidas, caracterizando teoricamente uma recuperação em V, porém com um detalhe. A sua haste direita não possui flexibilidade, ou seja, não volta à mesma altura da haste esquerda. O nosso PIB passou por uma recessão no primeiro semestre de 2020, que foi interrompida no segundo, mas sem voltar ao valor que tinha no final de 2019. Além disso, a média de 2020 ficou bem abaixo da média do PIB de 2019, o que levou essa queda de 4,1%.

 

O PIB brasileiro não sai do buraco desde 2015. Reforço e insisto, embora não seja economista, mas sim médio empresário, que o Brasil vive e viverá uma depressão. No entanto, tanto o noticiário como a classe política, como vários economistas, parecem negligenciar a busca de seu enfrentamento.

 

O negacionismo prevalece e ficamos nos debatendo como afogados, tentando ter momentos de respiros para aliviar a falta de ar. Não consigo entender essa falta de visão e, pior, ainda hoje, debatemos as questões da economia versus a pandemia, sabedores que se não houver tratamento imediato e ações profiláticas não mais haverá nação.

 

Não entendo que a técnica seja sucumbida pelo “achismo”. Vendo o gráfico abaixo observamos que não adianta debatermos contra a pandemia. Temos que enfrentá-la.

Img2.jpg

Figura 2: Impactos Cruzados. Fonte: Software INTERISK

 

 

O que não aceito mais é a falta de visão dos nossos governantes. Minha pergunta é:

Até quando aguentaremos essas barbaridades?     

 

Boa Leitura!

 

Antonio Celso Ribeiro Brasiliano

Publisher da Revista Gestão de Riscos e presidente da Brasiliano INTERISK
abrasiliano@brasiliano.com.br

bottom of page