Equipamentos
para proteção
ativa em incêndios
Walmir Correa Leite é consultor de Engenharia de Segurança na Counsel Engenharia e Treinamento de Segurança e tem longa experiência como comandante de resgates|walmir@counseleg.eng.br
06/05/2021
Um país com questionável cultura prevencionista não raro subestima a compra e o uso dos equipamentos para a proteção ativa. Diversas empresas e órgãos públicos enxergam os itens como um gasto não obrigatório. Portanto, não investem o necessário para elevar a segurança de todos. As instalações contra incêndio (Projetos Contra Incêndio- PCI), os Planos de Emergência (IT -16) as Brigadas (IT -17) são objetos de exigência e fiscalização por parte dos Corpos de Bombeiros, mas o mesmo não acontece com equipamentos essenciais em situações de emergência.
Quando falamos sobre prevenção de sinistros temos que imaginar que da mesma forma que usamos a representação do triângulo ou tetraedro para interação dos elementos que consistem na essencialidade a conhecida química do fogo (comburente, combustível, calor e reação em cadeia), a prevenção é feita com base em três elementos: instalações e equipamentos, plano de emergência e treinamento de brigada.
Na edição anterior da revista Gestão de Riscos, n° 153, abordamos a elaboração dos Planos de Emergência para as edificações (Instrução Técnica - IT 16 do Decreto Estadual 63.911/18) e sua necessária apresentação em relação a Brigada. Agora, precisamos estabelecer a relação entre a Brigada e a disponibilização de equipamentos para sua atuação.
Para um país com uma questionável cultura prevencionista, disponibilizar equipamentos para a proteção ativa e resposta imediata é considerado um gasto não exigido e, portanto, não necessário. Se as instalações contra incêndio (Projetos Contra Incêndio- PCI), os Planos de Emergência (IT -16) as Brigadas (IT -17) são objetos de exigência e fiscalização dos Corpos de Bombeiros, o mesmo não acontece com equipamentos. Portanto, é comum não serem considerados por proprietários ou responsáveis pelo uso das edificações.
Manter kits de pronto emprego em armários de emergência quase sempre são medidas econômicas dentro do custo da prevenção. Se considerarmos os treinamentos, as instalações e até mesmo a manutenção dos sistemas, é possível alcançar bons resultados com medidas que ofereçam o suporte adequado de equipamentos. Isto é de suma importância para que a Brigada não fique limitada no atendimento de emergência.
Não há como exigir eficiência de uma brigada por mais bem treinada que esteja, se não houver equipamentos para que ela atue.
Equipamentos de Proteção Individuais contra incêndio (EPIs), como roupas de aproximação, capacetes, luvas e botas são os itens mínimos que devem estar disponíveis aos brigadistas. São esses artigos que irão proteger a integridade dos brigadistas e terceiros.
Já as lanternas, esguicho de qualidade (não tão somente o mínimo exigido pela norma), rádios comunicadores, um ou dois lances de mangueira reservas, coletes que identifiquem os responsáveis pelo abandono e outros itens que ampliem a capacidade de atendimento do brigadista podem fazer a diferença entre um sinistro com ou sem vítimas, agressão ao meio ambiente e ao patrimônio.
Assim, é imprescindível que esses equipamentos façam parte de esforço em manter a integridade das pessoas e da edificação, inclusive. Além disso, é preciso considerar a quantidade deles e a distribuição na área (capilarização para acesso), conforme o risco e a resposta que se pretende oferecer.
Como o simples e o essencial, nem sempre são óbvios, a ideia é lembrar sempre que, nem tudo que não faz parte da exigência e fiscalização, pode ser prescindível, em especial para quem terá depois a obrigação de gerir as resultantes desta situação de risco.
Conheça os principais itens de segurança contra incêndio
Mangueiras de Incêndio
Todo prédio bem estruturado e dentro das normas de segurança possui abrigos para mangueiras de incêndio. Existem cinco tipos de mangueiras e seus diâmetros são variados, sendo eles 2.1/2” e 1.1/2”. As mangueiras de incêndio canalizam a água propiciando um controle do incêndio ao direcionar o jato d’água.
Extintores
Extintores de incêndio pode-se dizer que é o equipamento de segurança contra incêndio mais acessível. É também o equipamento mais conhecido. O seu funcionamento baseia-se numa pressão interna do recipiente, contendo água, pó ou componente químico destinado ao combate ao incêndio. Fácil de manusear, é utilizado para o combate a pequenos incêndios ou mesmo no início de combate a incêndios maiores. Basta apertar o gatilho e direcionar o jato ao foco de incêndio. Cada extintor recebe uma classificação com o seu modelo e sua indicação de que tipo de foco de incêndio é indicado. É de extrema importância obedecer a sua finalidade específica no combate ao incêndio.
Sinalização
Em tratando-se de evitar focos de incêndio e principalmente de salvar vidas, talvez este seja um dos itens mais importantes. A Sinalização de Segurança. O objetivo da sinalização é gerar um conjunto de estímulos com o intuito de informar uma pessoa sobre qual a melhor conduta a se tomar diante de uma condição e ou situação. E esta comunicação quando bem empregada salva vidas e evita desastres.
Detector e Alarme de Incêndio (SDAI)
Detector e Alarme de Incêndio são aqueles dispositivos que avisam quando há um foco de incêndio, podendo ser automáticos ou manuais. Os dispositivos automáticos, assim que captam a presença de fumaça disparam o alarme para que as medidas necessárias sejam tomadas.
Iluminação de Emergência
Iluminação de Emergência diz respeito aquelas lâmpadas que são acionadas quando por algum motivo a energia elétrica é interrompida. Em locais com mais de um pavimento e com grande movimento de pessoas, é obrigatório este tipo de equipamento de segurança. Este equipamento visa iluminar o caminho em casos de incêndio.
Portas Corta-Fogo
A porta corta-fogo, também conhecida como PCF, é uma porta utilizada com a finalidade de garantir a proteção contra incêndios, justamente por isso elas são resistentes ao fogo. Além do fogo, ela impede a passagem da fumaça e facilita a fuga e o resgate de pessoas. Esta porta é comum em shoppings centers, prédios, teatros, cinemas e outras construções. É requerida em edifícios comerciais ou residenciais, casas, instalações industriais, marítimas, dentre outros projetos. É considerado um produto seguro, entretanto seu uso inadequado e se não passar por um teste de qualidade sua eficácia pode ser comprometida.
Fonte: Dimensão Incêndio