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Âncora 1

GESTÃO

O desafio de salvaguardar infraestruturas críticas de energia elétrica em áreas urbanas

Anderson Moura
Gestor de Segurança Especialista no Setor Elétrico
MBS, CPSI, CIGR, CIEIE, ERA, MBA

29/10/2021

Há muito tempo, a ausência de energia elétrica afeta diretamente a vida das pessoas, inclusive, trata-se de fator de risco a nível de Estado. Em virtude disso as geradoras, transmissoras e distribuidoras de energia elétrica possuem a árdua missão de salvaguardar suas infraestruturas críticas de energia elétrica.

A energia elétrica do Brasil é gerada por quase 5 mil usinas que utilizam diversas fontes de geração, como água, vento, sol, biomassa, combustíveis fósseis e a energia térmica liberada em reações nucleares.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aponta que o Brasil possui 105 distribuidoras de energia elétrica, sendo 54 concessionárias e 38 permissionárias, além de 13 cooperativas de eletrização rural.

O fornecimento de energia elétrica ao consumidor final é realizado através de infraestruturas físicas distribuídas em ativos de grande dimensão e complexidade, dispostos em áreas de possível vulnerabilidade, onde eventos criminosos podem interferir diretamente ou indiretamente no funcionamento do sistema, tendo graves consequências à população.

Pode-se afirmar que os crimes contra o patrimônio são os principais riscos às infraestruturas críticas localizadas em áreas urbanas. Delitos como furto, roubo, dano e vandalismo estão intrínsecos na sociedade brasileira, principalmente em áreas urbanas, sendo extremamente danosos às organizações públicas e privadas.

Neste diapasão, a missão do Gestor de Segurança é salvaguardar infraestruturas críticas intramuros e, também, em locais onde não existe gestão total ou parcial.

Ao refletir acerca desta missão, é importante se nortear pela doutrina do Professor Dr. Antonio Celso Ribeiro Brasiliano, onde a Gestão da Segurança Baseada em Riscos (GSBR) é composta pela seguinte tríade: Ciclo de Inteligência, Cenários Prospectivos de Segurança e Gestão de Riscos em Segurança.

Seguindo este racional o Gestor de Segurança fará as seguintes entregas:

• Cenários de Riscos, Processos e Áreas Críticas para o Negócio;

• Matriz de Riscos Integrados e Incertezas Críticas;

• Riscos Críticos e Controles-Chaves;

• Indicadores Estratégicos;

• Planos de Ações: Preventivos e Mitigatórios.

Convém lembrar que salvaguardar as infraestruturas críticas não é encargo exclusivo do Gestor de Segurança. Trata-se de uma atividade multidisciplinar que demanda esforços de outras áreas da Empresa e, principalmente, da alta gestão. Com isso fomenta-se, de forma muito direta, a cultura de segurança.

Portanto, o desafio de salvaguardar infraestruturas críticas de energia elétrica em áreas urbanas no Brasil somente será superado quando o Gestor de Segurança aplicar uma abordagem racional técnica para mapear as ameaças e oportunidades, apresentando os resultados para a alta gestão e engajando outras áreas da Empresa na perseguição do mesmo objetivo.

“A única coisa que podemos ter certeza, é a incerteza.” Bauman

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