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PONTO DE VISTA

Âncora 1

Decidimos pela fragilidade - impacto e não
pela probabilidade.

SABIA DESTA ASSIMETRIA?

Prof. Dr. Antonio Celso Ribeiro Brasiliano, CRMA, CES, DEA, DSE, MBS
Doutor em Science et Ingénierie de L’Information et de L’Intelligence Stratégique, pela
Université East Paris - Marne La Vallée – Paris – França, é presidente da Brasiliano INTERISK.
abrasiliano@brasiliano.com.br

No livro de Nassim Nicholas Taleb: Antifrágil, Coisas que se beneficiam com o caos, há em suas inúmeras páginas uma que me surpreendeu quando ele afirma que as decisões que tomamos são com base na fragilidade e não na probabilidade. Ou melhora, tomamos decisões com base na fragilidade e não tanto no verdadeiro e falso. Estranho? Também achei a princípio, mas depois compreendi sua lógica.

Nós inspecionamos as pessoas antes de embarcar no avião para saber se estão portanto armas. Nós acreditamos que elas são terroristas: verdade ou falso? Falso, pois há poucas chances de serem terroristas. No entanto, mesmo assim, há a inspeção, porque somos frágeis ao terrorismo. Existe uma assimetria. Estamos na realidade no retorno, e a consequência, ou o retorno, do verdadeiro (a revelação de que elas são mesmos terroristas) é muito alta perto dos custos de inspeção, que são muito baixos.


Se sentarmos com uma caneta e anotássemos todas as decisões que tomamos na semana passada, perceberíamos que quase todas elas tiveram um retorno assimétrico, com um dos lados trazendo consequências maiores do que o outro. Por esta razão tomamos decisões com base no verdadeiro e falso e não na probabilidade!
 

Verdadeiro ou falso são interpretações que correspondem a probabilidades altas e baixas. Os cientistas estipulam algo chamado como nível de confiança; algo como nível de confiança de 95% significa que há apenas probabilidade de 5% do resultado dar errado. A ideia não tem aplicabilidade, pois ignora o impacto, o efeito, o que naturalmente, piora as coisas no caso de eventos extremos. Por exemplo, hoje a aviação comercial opera com nível de confiança de mais 99%, ou seja, menos de 1%; mesmo assim, é catastrófico um acidente, pois mesmo com menos de 1% entre milhares de voos que acontecem, a chance de cair um avião é real.
 

Nesta premissa, a probabilidade verdeiro/falso não funciona no mundo real; é o retorno que importa! O efeito, seu impacto!
 

Já tomamos milhares de decisões em nossas vidas. Quantas levamos em consideração a probabilidade? Já pensou nisto? Mudamos o modus operandi então? Interessante para reflexão!       
 

Sorte e boa leitura !    

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