CORONAVÍRUS – Covid – 19. Risco de Pandemia?
Fazemos um Plano Pandêmico?
Prof. Dr. Antonio Celso Ribeiro Brasiliano, CIEIE, CPSI, CIGR, CRMA, CES, DEA, DSE, MBS
Doutor em Ciência e Engenharia da Informação e Inteligência Estratégica pela
Université Paris – Est (Marne La Vallée, Paris, França); presidente da Brasiliano INTERISK.
Diante da emergência por doença respiratória, causada por agente novo coronavírus (Covid - 19), que é assim chamado pois corona significa coroa, em italiano e em espanhol, e no microscópio parece uma coroa, casos detectados na cidade de Wuhan, na China fizeram com que a Organização Mundial de Saúde (OMS), as equipes de vigilância dos estados e municípios do Brasil, bem como quaisquer serviços de saúde, ficassem em alerta aos casos de pessoas com sintomatologia respiratória e que apresentam histórico de viagens para áreas de transmissão local nos últimos 14 dias, tempo de encubação.
Em 31 de dezembro de 2019, o Escritório da OMS na China foi informado sobre casos de pneumonia de etiologia desconhecida (causa desconhecida) detectada na cidade de Wuhan, província de Hubei, na China. De 31 de dezembro de 2019 a 3 de janeiro de 2020, um total de 44 pacientes com pneumonia de etiologia desconhecida foram notificados à OMS pelas autoridades nacionais da China. Durante esse período relatado, o agente causal não foi identificado.
As autoridades chinesas identificaram um novo tipo de coronavírus, que foi isolado em 7 de janeiro de 2020. Em 11 e 12 de janeiro de 2020, a OMS recebeu mais informações detalhadas, da Comissão Nacional de Saúde da China, de que o surto estava associado a exposições em um mercado de frutos do mar, na cidade de Wuhan.
Em 12 de janeiro de 2020, a China compartilhou a sequência genética do novo coronavírus para os países usarem no desenvolvimento de kits de diagnóstico específicos. Em 13 de janeiro de 2020, o Ministério da Saúde Pública da Tailândia relatou o primeiro caso importado de novo coronavírus, confirmado em laboratório (Covid -19) de Wuhan, província de Hubei, China.
Em 15 de janeiro de 2020, o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar do Japão (MHLW) relatou um caso importado de novo coronavírus 2019, confirmado em laboratório (2019-nCoV) de Wuhan, província de Hubei, China. Em 20 de janeiro de 2020, o Ponto Focal Nacional do Regulamento Sanitário Internacional (PFN-RSI) da República da Coreia relatou o primeiro caso de novo coronavírus na República da Coreia.
O coronavírus pode infectar de animais para animais, de animais para pessoas e pessoas para pessoas. Isto significa que a velocidade de transmissão é muito rápida, o que impacta de forma direta os grandes centros urbanos e industriais.
A OMS no início de fevereiro admitiu erro na avaliação da velocidade de transmissão do coronavírus, tinha classificado como nível moderado e diante do contexto resolveu reclassificar como o Coronavírus como Risco Global de Elevada Criticidade. Esta nova régua tumultuou os mercados financeiros mundiais e a China foi obrigada a tomar medidas consideradas radicais.
O governo chinês deixou 41 milhões de pessoas isoladas, em quarentena, como forma de prevenir a transmissão. O Ministro da Comissão Nacional de Saúde da China, Ma Xiaowei, declarou que o vírus pode ser transmitido antes que os sintomas apareçam — o que explica o surgimento de novos casos. Segundo o ministro, a incubação do Coronavírus varia entre 10 a 14 dias. Isso significa que, durante esse período, pessoas infectadas, que não apresentem sintomas ou sequer sabem que carregam o vírus, podem transmitir para outras pessoas. O coronavírus, já pode ser transmitido nessa fase inicial.
Essa nova informação pode exigir que os governos e agências de saúde do mundo inteiro adotem novas estratégias de combate ao surto. O Coronavírus já está presente nos USA, Canadá, Austrália, França, Alemanha, França, Japão, Hong Kong, Malásia, Tailândia, Macau, Singapura, Coreia do Sul, e por aí vai em quase toda Ásia.
O epicentro do coronavírus, sua origem, foi na China, cidade de Wuhan, com 11 milhões de habitantes. Destes 5 milhões conseguiram sair do cordão d isolamento, o que causou “a cabeça do prefeito da cidade, pois a reação foi considerada lenta.
O Governo da China estendeu o feriado de ano novo lunar por mais 3 dias, fechou o mercado financeiro também até 02 de fevereiro. Estas medidas tiveram como objetivo reduzir a concentração de pessoas, evitando a transmissão. Universidades, colégios e creches também adiaram a abertura do semestre de primavera até um novo aviso, ou seja, sem data de início. No sudoeste foram suspensos os transportes coletivos, ônibus e metro, inclui a capital da China, Pequim.
Tempos radicais, medidas radicais, comentou o professor de virologia molecular e oncologia, Dr. Yan Jin, da Escola de Ciências Biomédicas da Universidade de Hong Kong.
O temor do impacto na economia mundial foi sentido no final de janeiro, dia 27, quando as bolsas de valores despencaram e junto com elas vieram a lona os preços de commodities, fazendo inclusive empresas brasileiras, Vale, Petrobrás, Suzano, perderem muito dinheiro.
No Brasil o índice BOVESPA recuou 3,29%, retração grande desde março de 2019. O dólar subiu 0,60%, saltando para R$ 4,20. As grandes produtoras de commodities do Brasil, VALE, PETROBRÁS, GERDAU, SUZANO, CSN, perderam em média R$ 42,3 bilhões em valor de mercado. Os economistas fazem previsões de que o coronavírus afetará a economia global de forma direta, pois já tivemos as queimadas da Austrália e ainda temos que gerir a tensão geopolítica entre Irã e Estados Unidos.
Com o prolongamento dos feriados, suspensão de viagens de turismo em grupo, lojas, comércio e indústria em geral fechadas, o PIBA da China já pode vir a ser reduzido, neste primeiro semestre em torno de 0,8%.
A província de Hubei, estado do epicentro do coronavírus – cidade de Wuhan, representa 4% da economia chinesa. Portanto a o impacto é massivo. O setor de serviços foi o mais afetado e as economias asiáticas terão dificuldades de recuperação.
Mudança de Metodologia
Embora o coronavírus tenha um poder de transmissão e velocidade muito grande, o número de casos confirmados, subiu na China para mais de 60 mil, na semana passada, 13 de fevereiro. No levantamento anterior, de quarta-feira, eram 44,7 mil – aumento de 33,87%. O crescimento no número de registros está ligado à mudança na metodologia: agora, não é mais necessário esperar a comprovação de um exame laboratorial para detectar o Covid-19. Relatórios clínicos dos sintomas e exames como radiografia e tomografia são suficientes para enquadrar o paciente como caso suspeito.
A mudança ocorre em meio à decisão do governo chinês de trocar autoridades devido a falhas na resposta ao surto. Ao todo, 1.368 pessoas morreram por Covid-19, incluindo um caso no território semiautônomo de Hong Kong.
Duas mortes foram registradas fora do país: nas Filipinas, em 2 de fevereiro; e no Japão.
O que mudou na metodologia
De acordo com a Reuters, anteriormente Hubei havia permitido que as infecções fossem confirmadas somente por exames de RNA, que podem levar dias para serem processados. O RNA, ou ácido ribonucléico, carrega informações genéticas que permitem a identificação de organismos como vírus.
Mas a província começou a usar tomografia computadorizada, que é mais rápida e revela infecções pulmonares, para confirmar e isolar os casos mais rapidamente, segundo a comissão de saúde de Hubei.
O novo procedimento de diagnóstico pode explicar o salto no número de mortes, disse Raina McIntyre, chefe de pesquisa em biossegurança do Kirby Institute na Universidade de Nova Gales do Sul. “Presumivelmente, há mortes que aconteceram com pessoas que não tiveram um diagnóstico de laboratório, mas tiveram uma tomografia computadorizada”, disse ela à Reuters. “É importante que isso também seja contabilizado. “O novo exame por tomografia está sendo usado apenas em Hubei”, disseram as autoridades.
Troca de autoridades em meio ao surto
A mudança na metodologia de casos suspeitos de Covid-19 na China foi anunciada na noite de quarta-feira, 12 de fevereiro. Ela ocorre um dia após o governo chinês anunciar a troca de autoridades devido a falhas no combate ao avanço do surto.
Segundo a mídia estatal chinesa, houve centenas de demissões, investigações e advertências em Hubei e outras províncias, informou a BBC.
Foi tirado do cargo, por exemplo, o secretário do Partido Comunista Chinês para a Comissão de Saúde de Hubei, província cuja capital, Wuhan, é o epicentro da nova doença.
O vice-chefe da Cruz Vermelha local, Zhang Qin, perdeu o cargo por “abandono do dever” na gestão das doações feitas a Hubei. Ele foi advertido dentro do partido e sofreu uma punição administrativa.
No início de fevereiro, o vice-chefe do departamento de estatísticas de Wuhan também foi retirado do posto, após ser acusado de “violar regras importantes na distribuição de máscaras”.
Relatório do Global Risk Report – Fórum Mundial 2020
O 15° Relatório de Riscos Globais do Fórum Mundial foi publicado em janeiro de 2020, com os principais riscos mapeados tanto a nível de probabilidade como impacto. O que chamou atenção desta vez, foi que o Risco de Pandemia ou de Doenças Infecciosas acabou, segundo o estudo com uma probabilidade abaixo da média, e impacto severo, caindo em um quadrante não prioritário.
No sumário executivo a dissertação ressalta que as doenças não infecciosas substituíram as infecciosas como as principais causas de morte. Em edições anteriores as pandemias eram tidas como de alta relevância. Vejam o extrato do sumário no que diz respeito ao quesito saúde:
“Os sistemas de saúde ao redor do mundo estão em risco de se tornarem inadequados para os seus propósitos. Novas vulnerabilidades resultantes dos padrões sociais, ambientais, demográficos e tecnológicos, em mudança, ameaçam desfazer os ganhos no bem-estar e na prosperidade que os sistemas de saúde apoiaram ao longo do último século.
As doenças não transmissíveis – como as doenças cardiovasculares e as doenças mentais – substituíram as doenças infecciosas como as principais causas de morte, enquanto os aumentos na longevidade e nos custos econômicos e sociais de gerir as doenças cônicas colocaram os sistemas de saúde de muitos países sob pressão. O progresso contra as pandemias também está sendo minado pela hesitação da vacina e a resistência às drogas, tornando cada vez mais difícil desferir o golpe final contra os maiores assassinos da humanidade. Conforme riscos de saúde existentes ressurgem e novos emergem, os sucessos passados da humanidade em sobrepujar os desafios de saúde não são garantia de resultados futuros.
Ainda há escopo para as partes interessadas em abordar esses riscos, mas a janela da oportunidade está se fechando. A ação coordenada das múltiplas partes interessadas é necessária rapidamente para mitigar os piores resultados e construir a resiliência através das comunidades e dos negócios.”
A conclusão que chego é que nesta dissertação, eles enfatizam que há um grande risco de pandemia, em função da não integração das partes interessadas na produção de processos e vacinas preventivas. Ou seja o Risco de Doenças Infecciosas, no meu ponto de vista deveria estar no quadrante de alta probabilidade e impacto massivo. Creio que neste aspecto o Fórum Mundial deu uma escorregada, justamente quando lançou o Relatório o Mundo convivia com o Coronavírus.
Como podem ver abaixo, o Risco de Doenças Infecciosas se encontra em um quadrante de baixa probabilidade e impacto massivo e ou
severo. Tratamento de contingência. Em edições mais antigas este risco se encontrava sempre no quadrante de relevância. Depois começou a redução da probabilidade. Confesso que não entendi muito o motivo desta redução, tendo em vista que tivemos inúmeras pandemias nos últimos 18 ano.
Brasil monitora casos suspeitos do novo coronavírus
O Brasil permanece sem registro do novo coronavírus, que já atinge 24 países além da China. Casos suspeitos são monitorados pelo Ministério da Saúde, conforme informações repassadas pelas Secretarias Estaduais de Saúde de todo o país. Os casos suspeitos estão em Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Os casos descartados para investigação de possível relação com a infecção humana pelo coronavírus mantiveram em 33, mesmo número em relação a última atualização. Todas as notificações foram recebidas, avaliadas e discutidas com especialistas do Ministério da Saúde, caso a caso, junto com as autoridades de saúde dos estados e municípios. Esses descartes aconteceram principalmente por causa do resultado positivo para outros vírus respiratórios.
O Brasil foi até a China resgatar cidadãos brasileiros que lá estavam no cordão de isolamento, província de Wuhan. Os 34 brasileiros resgatados na China chegaram à Base Aérea de Anápolis, em Goiás, na manhã deste domingo 09 de fevereiro. Eles vieram em dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) enviados ao país asiático na última quarta-feira 05 de fevereiro. As aeronaves pousaram às 6h05 e 6h12 vindas de Fortaleza, última escala técnica no trajeto da chamada Operação Regresso.
O resgate foi feito na cidade chinesa de Wuhan, epicentro do surto mundial do coronavírus. As aeronaves também trouxeram quatro poloneses e um chinês que desembarcaram em Varsóvia, na Polônia, um dos locais de escala para abastecimento.
Os repatriados, mais toda a tripulação e equipe médica que participaram da operação, vão permanecer em quarentena por 18 dias, no hotel de trânsito da Base Aérea de Anápolis, que foi especialmente preparado para essa operação.
Todos ficarão em apartamentos individuais ou, no caso dos que são pais ou mães de crianças menores, poderão ficar no mesmo quarto. O grupo inclui crianças de 2 e 3 anos e outras de 7 a 12 anos. As visitas estão proibidas.
Os dois aviões da FAB com os resgatados a bordo decolaram de Wuhan, na China, no início da noite de sexta-feira 07 de fevereiro. No trajeto para o Brasil, as aeronaves pararam para reabastecimento em Ürumqi (China), Varsóvia (Polônia), Las Palmas (Espanha), e em Fortaleza, já em território brasileiro.
Isolamento
Os brasileiros ficarão em apartamentos individuais ou, no caso dos que são pais ou mães de crianças menores, poderão ficar no mesmo quarto. O grupo inclui crianças de 2 e 3 anos e outras de 7 a 12 anos. As visitas estão proibidas.
Todo o perímetro da área reservada aos repatriados tem 900 metros quadrados. Eles terão atendimento médico e odontológico gratuito e vão receber seis refeições diárias. O esquema será semelhante ao de um hotel, com serviço de quarto 24 horas e monitoramento permanente.
Também foi instalada brinquedoteca para o entretenimento das crianças que fazem parte do grupo. Até mesmo uma sala de cinema foi montada e servirá ainda como auditório coletivo, na área externa do hotel.
O uso de internet também está liberado, por meio de uma rede Wifi. Fora dos apartamentos, o uso de máscara de proteção será obrigatório, para evitar contaminação.
Nível de Resposta – Contingência - Alerta – Brasil
O plano de contingência do Ministério da Saúde é composto por três níveis de resposta: Alerta, Perigo Iminente e Emergência em Saúde Pública. Cada nível é baseado na avaliação do risco do novo Coronavírus afetar o Brasil e o impacto na saúde pública. Questões importantes são consideradas nessa avaliação:
- Transmissibilidade da doença, como seu modo de transmissão, eficácia da transmissão entre reservatórios para humanos ou humano para humano, capacidade de sustentar o nível da comunidade e surtos;
- Propagação geográfica do coronavírus (Covid- 1) entre humanos, animais, como a distribuição global das áreas afetadas, o volume de comércio e viagens entre as áreas afetadas e outras unidades federadas;
- Gravidade clínica da doença, como complicações graves, internações e mortes;
- Vulnerabilidade da população, incluindo imunidade pré-existente, grupos-alvo com maiores taxas de ataque ou maior risco de graves doenças;
- Disponibilidade de medidas preventivas, como vacinas e possíveis tratamentos; e
- Recomendações da Organização Mundial da Saúde e evidências científicas publicadas em revistas científicas.
A Secretaria de Vigilância em Saúde destaca que, até o momento, fatos e conhecimentos sobre o novo Coronavírus (Covid – 19 ) disponíveis são limitados. Há muitas incertezas no modo exato de transmissão e os possíveis reservatórios. As taxas de letalidade, mortalidade e transmissibilidade não são definitivas e estão subestimadas ou superestimadas. As evidências epidemiológicas e clínicas ainda estão sendo descrita e a história natural desta doença está sendo construída. As informações cruciais para apoiar avaliação dos fatores mencionados, como infectividade, transmissibilidade. taxa de complicações, letalidade, mortalidade, serão gradualmente disponibilizadas.
O risco será avaliado e revisto periodicamente, tendo em vista o desenvolvimento de conhecimento científico e situação em evolução, para garantir que o nível de resposta seja ativado e as medidas correspondentes sejam adotadas.
Como exemplo, na epidemia de MERS-CoV, alguns estudos apoiaram a premissa de que os camelos são uma provável fonte de infecção para humanos.
Deste modo, a população é recomendada a evitar visitas às fazendas, áreas de celeiros ou ambientes de mercado onde os camelos estão presentes e evite o contato com animais, especialmente camelos, durante a viagens ao oriente médio. Situações similares poderão acontecer no Coronavírus.
Nível de resposta: Alerta
O Nível de resposta de Alerta corresponde a uma situação em que o risco de introdução do Coronavírus no Brasil seja elevado e não apresente casos suspeitos.
Nível de resposta: Perigo Iminente
Nível de resposta de Perigo Iminente corresponde a uma situação em que há confirmação de caso suspeito, conforme previsto no Capítulo IV, Seção I, Artigo 15 da Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências:
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições: XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização;
Nível de resposta: Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN)
Nível de resposta de Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) corresponde a uma situação em que há confirmação de transmissão local do primeiro caso de Coronavírus (2019-nCoV), no território nacional, com Declaração de ESPIN, conforme previsto no Decreto nº 7.616 de 17 de novembro de 2011 que dispõe sobre a declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional - ESPIN.
Artigo 4º A declaração de ESPIN será efetuada pelo Poder Executivo federal, por meio de ato do Ministro de Estado da Saúde, após análise de recomendação da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, nos casos de situações epidemiológicas.
O Brasil se encontrava no nível de resposta 2 – perigo iminente, mas o Ministro da Saúde, decidiu decretar o nível 3, com a decisão de resgatar os brasileiros na China. No meu ponto de vista uma medida desnecessária e até com risco de colocar a população em pânico.
Empresas – O que Fazer?
Qual é a probabilidade de o Brasil ter uma pandemia e com isso o negócio da empresa ficar paralisado? Baixa? Média? Alta? Elevada?
Na nossa opinião a probabilidade pode ser estimada como sendo alta, em função dos seguintes fatores:
- Fluxo alto de brasileiros na China;
- Grande quantidade de empresas chinesas no Brasil e, consequentemente seus executivos chineses;
- Grande quantidade de asiáticos e chineses no Brasil;
Antes do coronavírus aparecer, tínhamos um grande fluxo aéreo entre Brasil e países asiáticos, portanto cresce a probabilidade da transmissão.
Existe um tratamento para o novo coronavírus?
Não há um medicamento específico.
Indica-se repouso e ingestão de líquidos, além de medidas para aliviar os sintomas, como analgésicos e antitérmicos. Nos casos de maior gravidade com pneumonia e insuficiência respiratória, suplemento de oxigênio e mesmo ventilação mecânica pode ser necessária.
Existe uma vacina para o novo coronavírus?
Como a doença é nova, não há vacina até o momento.
Tomei a vacina contra a gripe. Estou protegido contra o novo coronavírus?
Não. A vacina da gripe protege somente contra o vírus influenza.
Diante da emergência por doença respiratória, causada por agente novo coronavírus conforme casos detectados na cidade de Wuhan, na China e considerando-se as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), as equipes de vigilância dos estados e municípios, bem como quaisquer serviços de saúde, devem ficar alerta aos casos de pessoas com sintomatologia respiratória e que apresentam histórico de viagens para Áreas de transmissão local nos últimos 14 dias.
Compensa a empresa elaborar o Plano Pandêmico?
Sim, é um plano de continuidade de negócios, com foco exclusivo em pandemia e ajuda as empresas a gerir a crise de falta de recursos humanos. A Brasiliano INTERISK sugere que seja elaborado, seguindo as premissas da ISO de Continuidade de Negócios, a ISSO IEC 22313, com o sumário abaixo.
Como podem observar na figura ao lado é um plano estruturado, onde a empresa deve identificar funções e processos críticos, traçar cenários e projetar impactos. Tudo isso deve ser pensado e planejado. O grande problema é que as empresas não acreditam que vá acontecer e vão levando, até que o governo, como fez, na China, decrete emergência em Saúde Pública e cessa todas as atividades. Aí as empresas sentem o baque e não sabem por onde começar.
O Gestor de Riscos tem a obrigação de sensibilizar a alta gestão e diretoria, na elaboração e divulgação do plano, fazendo com isso que os gestores possam se sentir comprometidos.